I
never get tired of thanking the critics, both professionals and
beginners, for their comments and appreciations of CoBrA: Operation Goa, published precisely two months ago by Ala dos Livros. After
having shared the first reactions in video and the first rounds of
written reviews, in newspapers and comics websites and blogs, some
more reviews of the graphic novel follow.
Carlos
Rico, in Blogue de BD:
“Here
is a graphic novel that was missing, as it narrates in relation to
the History of Portugal in more recent times: the fall of Goa by the
invasion of Indian forces, from December 17th to 19th, 1961. The
Portuguese dictator António Salazar thus "wanted it so"!…
(...)
In
this eurocomic, very accomplished, in addition to a slight fiction,
figures from our History appear: in addition to the aforementioned
dictator, the famous engineer Jorge Jardim, Baltazar Rebelo de Sousa
(father of our current President of the Republic), General Vassalo
and Silva, etc.”
Artur
Coelho, in H-Alt:
“It
is a gap in our collective memory, perhaps symptomatic of the bad
relationship we have with the memory of our colonial past. The story
of the end of the State in India, the violent culmination of 450
years of colonization that itself had a violent beginning, is not a
topic much discussed in our popular culture. (…) It is on these
pivotal moments that this surprising book focuses [on].
Marco
Calhorda takes the various stories of a historical moment that
Portuguese cultural memory insists on pretending to forget. Weaves
into a narrative of adventure, intrigue and historical fact, creating
a compelling portrait of the era. Without touching too much on the
end of State in India, since the focus is on backstage maneuvers and
espionage games. (...) An excellent find, which is translated into a
good addition to the editorial panorama of 2022.
The
illustrations are done by Daniel Maia, who does a curious graphic
work. It follows a pattern of realism with some expressiveness, in a
striking black and white line that accompanies the story very well.
Maybe it has something to do with the theme, but the visuals remind
me of the graphic style of old British war comics, Commando-style.
I don't know if it's intentional or this is the author's style, I
know it works, creating that text-image symbiosis that is fundamental
in comics.
Through
the espionage angle, this Operation
Goa
brings back to memory a somewhat forgotten episode of 20th century
Portuguese history. An excellent narrative work, well accompanied at
a graphic level, one of the good proposals from the Portuguese comics
scene for reading this year.”
In
Intergalactic Robot:
“I
confess that a book by Portuguese comics creators that looks back to
the days of the end of the empire in Goa strikes me as very curious.”
Readers'
opinions:
“A
piece of our story that was yet to be told. An amazing story, very
well told, with a breathtaking illustration. I suggest it to everyone
that want to know a little more about our history.” - Ana
Ventura
“Pleasantly
surprised. I don't normally read historical comics but I decided to
take a chance and bought this book. The visuals are phenomenal and I
especially liked the detail given to the backgrounds. The story is
very good and it made me curious to know more about the invasion of
Goa.” - Miguel
D.
“I
liked it a lot, especially the sequences and visuals. The cover is
perfect, with all the elements preparing for what awaits us inside;
even the lettering on the vintage self-adhesive tape is impeccable.
And the QR Code idea to access the original CIA documents is a good
one. The drawings and narrative sequences, using angles and visuals
with references to the 50s/60s are very natural, good and convincing.
Some sequences are really good (p28, 29, 37…) and I wish there was
more use of tones.
The
only fixes are the lack of recognizable backdrops from the era. For
example, in the interior scenes in Luanda, the typical Brazilian
rosewood furniture is missing, the landscape paintings of the time…
In the exteriors in India, it lacks the exoticism. In Lisbon, there
is a lack of dating elements, such as ads from the time. The script,
although the idea of the action being based on a real event is good,
it seems to me to have a few weaknesses, such as, for example, in the
characterization of characters who are not the main protagonists.”
- Carlos
Manuel
Não
me canso de agradecer aos críticos, profissionais e amadores, pelos
seus comentários e apreciações a CoBrA: Operação Goa, publicado
há precisamente dois meses pela Ala dos Livros. Após ter partilhado
as primeiras reacções em vídeo e as primeiras rondas de críticas
escritas, em jornais, sites e blogs da especialidade, seguem-se mais
algumas resenhas ao álbum.
Carlos
Rico, em Blogue de BD:
“Eis
um álbum que faltava, pelo que narra em relação à História de
Portugal nos tempos mais recentes: a queda de Goa por invasão das
forças da Índia, de 17 a 19 de Dezembro de 1961. O caturro ditador
português António Salazar assim "quis"!…
(...)
Neste
álbum, muito conseguido, para além de uma ligeira ficção,
aparecem vultos da nossa História: para além do já citado ditador,
o famoso engenheiro Jorge Jardim, Baltazar Rebelo de Sousa (pai do
nosso actual Presidente da República), o general Vassalo e Silva,
etc.”
Artur
Coelho, em H-Alt:
“É
uma lacuna na nossa memória colectiva, talvez sintomática da má
relação que temos com a memória do nosso passado colonial. A
história do fim do Estado da Índia, o culminar violento de 450 anos
de uma colonização que em si teve também um início violento, não
é tema muito abordado na nossa cultura popular. (…) É sobre esses
momentos cruciais [em] que este surpreendente livro se foca.
Baseia-se em factos reais, e olha para os acontecimentos
imediatamente antes da invasão, durante, e depois.
Marco
Calhorda pega nas várias histórias de um momento histórico que a
memória cultural portuguesa teima em fingir esquecer. Entretece numa
narrativa de aventura, intriga e facto histórico, criando um retrato
convincente da época. Sem tocar muito no final do Estado da Índia,
uma vez que o foco são as manobras de bastidores e os jogos de
espionagem. (...) Excelente achado, que se traduziu numa boa adição
ao panorama editorial de 2022.
A
ilustração está a cabo de Daniel Maia, que faz um curioso trabalho
gráfico. Segue um padrão de realismo com alguma expressividade, num
traço marcante a preto e branco que acompanha muito bem a historia.
Talvez tenha a ver com o tema, mas o grafismo faz-me recordar o
estilo gráfico dos antigos comics de guerra britânicos, ao estilo
de Commando.
Não sei se é intencional ou este é o estilo habitual do autor, sei
que funciona, criando aquela simbiose texto-imagem que é fundamental
na banda desenhada.
Através
do ângulo da espionagem, este Operação
Goa
faz regressar à memória um episódio algo esquecido da história
portuguesa do século XX. Um excelente trabalho narrativo, bem
acompanhado a nível gráfico, uma das boas propostas de leitura do
panorama de banda desenhada portuguesa deste ano.”
Em
Intergalatic Robot:
“Confesso
que um livro de criadores de BD portugueses que olha para os dias do
fim do império em Goa me parece deveras curioso.“
Opiniões
de leitores:
“Um
pedaço da nossa história que estava por contar. Uma história
incrível, muito bem contada, com uma ilustração de tirar a
respiração. Aconselho a todos os queiram saber um pouco mais da
nossa história.” - Ana
Ventura
“Agradavelmente
surpreendido. Normalmente não leio BDs históricas mas decidi
arriscar e comprei este livro. Os desenhos são fenomenais e gostei
especialmente do detalhe dado aos cenários de fundo. A história é
muito boa e despertou-me a curiosidade de saber mais acerca da
invasão de Goa.” - Miguel
D.
“Gostei
muito, sobretudo das sequências e dos grafismos. A capa está
perfeita, com todos os elementos a preparar para o que virá no
interior; até o lettering da fita autocolante vintage está
impecável. E a ideia do QR Code para aceder aos documentos originais
da CIA é boa. Os desenhos e as sequências narrativas, usando planos
e grafismos com referências aos anos 50/60 estão muito naturais,
bons e convicentes. Algumas sequências estão mesmo muito boas
(pág.28, 29, 37…) e gostava que houvesse mais uso de tramas.
Os
únicos reparos são a falta de cenários reconhecíveis da época.
Por exemplo, nas cenas interiores em Luanda, falta os típicos móveis
de pau-santo, os quadros de paisagens da época… Nos exteriores na
Índia, falta-lhe o exotismo. Em Lisboa, faltam elementos de datação,
como anúncios da altura. O argumento, apesar da ideia da acção se
basear num acontecimento real ser boa, parece-me ter algumas
fragilidades, como, por exemplo, na caracterização de personagens
que não sejam os principais protagonistas.” - Carlos
Manuel