20 setembro 2012

O Infante Portugal vol.3: Capa de Capítulo XI | Chapter Cover XI

Álvaro Pessoa
Inspirado na notória figura da cultura e mística portuguesa, o universo lisboeta de O Infante Portugal não estaria completo sem um erudito esotérico – aqui, Álvaro Pessoa, rodeado por alguns dos heterónimos, tornados entidades reais, porém espectrais, como Ricardo Campos e Elefante Elegante (do capítulo 6). Desenhado inicialmente por João Vasco Leal no vol.2 da saga, Álvaro, um óbvio pastiche de Fernando Pessoa, que é na realidade uma criação do José Matos-Cruz doutro livro, Os EntreTantos (2004, Editorial Notícias), e daí resgatado para popular esta lisboa mágica, adquire preponderância especial no último livro do ‘Infante, estando directamente associado às “sombras mutantes” aludidas no subtítulo.

Inspired in the notorious cultural and mystical Portuguese, the Lisbon scene of The Infante Portugal wouldn’t be complete without an esoteric erudite – it’s Álvaro Pessoa, here surrounded by some of his heteronyms, turned real entities, albeit spectral ones, like Ricardo Campos and Elegant Elephant (from chapter 6). First drawn by João Vasco Leal in the saga’s vol.2, Álvaro, an obvious pastiche of writer Fernando Pessoa, is in fact a creation of José de Matos-Cruz from another book, Os EntreTantos (2004, Editorial Notícias), now salvaged to populate this magical Lisbon, will acquire a special pertinence in the Infante’s final book, being directly linked to the “Mutant Shadows” mentioned in the subtitle.

Das mais importantes ‘ilos do livro, consolida o artifício, gráfico, de haver estéticas diferentes conforme a cena for espectral ou real, pois mostra Álvaro numa transfiguração para uma Lisboa paralela, fantasma, partilhada por estranhas entidades. Simultaneamente, e por esse processo, serve também para passar a tocha artística à Susana Resende, que além de ter criado a personagem Aurora Boreal (e com ela fechado o livro), vai assinar a parte do próximo livro, a ela dedicado.
Porque seria difícil à Susana, pintora de formação, fazer a coisa pela metade, como é usual em colaborações de BD, a solução foi ela ilustrar a imagem por inteiro e eu só enxertar ali, pela “magia” do Photoshop, a arte-final de Álvaro, feita à parte. Interpretar o traço da Susana não foi fácil, apesar de inicialmente me parecer que sim… Os desenhos dela têm tudo no sítio, mas escondem (à vista) uma estrutura e metodologia muito próprias, e são de um traçado descontínuo e muito expressivo que singra em particular no seu efeito global.
Podem – e devem – ver neste link os trabalhos dela para esta ilustração.

One of the book’s most important ‘illos, consolidating the graphic ploy of having different aesthetics for when the scene if real or spectral, it shows Álvaro – the real one and astral other – in a transfiguration to a parallel, ghostly, Lisbon, shared by strange entities. Simultaneously, and through this process, it also serves to pass the artistic torch to Susana Resende, who aside having created the character Aurora Boreal (closing the book with her), will draw the part of the next book, dedicated to her.
In this, because it’d be difficult for Susana, a proficient painter, to do it halfway, as is more usual in comics’ collaborations, we solved it by having her do the entire image as a whole and then me just plant there, through Photoshop “magic”, the inked Álvaro, done apart. To interpret Susana’s pencils wasn’t easy, although initially it seemed it would… Her drawings have everything just right, but hide (in plain sight) a very unique structure and methodology, and are of descontinuous and very expressive lines that succeed mainly in its whole.
You can checkout in this link – and should – her works for this illustration.

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