Álvaro Pessoa
Inspirado
na notória figura da cultura e mística portuguesa, o universo lisboeta de O Infante Portugal não estaria completo
sem um erudito esotérico – aqui, Álvaro
Pessoa, rodeado por alguns dos heterónimos, tornados entidades reais, porém
espectrais, como Ricardo Campos e Elefante Elegante (do capítulo 6). Desenhado
inicialmente por João Vasco Leal no vol.2 da saga, Álvaro, um óbvio pastiche de
Fernando Pessoa, que é na realidade uma criação do José Matos-Cruz doutro
livro, Os EntreTantos (2004,
Editorial Notícias), e daí resgatado para popular esta lisboa mágica, adquire
preponderância especial no último livro do ‘Infante, estando directamente
associado às “sombras mutantes” aludidas no subtítulo.
Inspired in the notorious cultural and
mystical Portuguese, the Lisbon scene of The
Infante Portugal wouldn’t be complete without an esoteric erudite – it’s Álvaro Pessoa, here surrounded by some
of his heteronyms, turned real entities, albeit spectral ones, like Ricardo Campos and Elegant Elephant (from chapter 6). First drawn by João Vasco Leal
in the saga’s vol.2, Álvaro, an obvious pastiche of writer Fernando Pessoa, is
in fact a creation of José de Matos-Cruz from another book, Os EntreTantos (2004, Editorial
Notícias), now salvaged to populate this magical Lisbon, will acquire a special
pertinence in the Infante’s final book, being directly linked to the “Mutant
Shadows” mentioned in the subtitle.
Das
mais importantes ‘ilos do livro, consolida o artifício, gráfico, de haver
estéticas diferentes conforme a cena for espectral ou real, pois mostra Álvaro numa transfiguração para uma Lisboa paralela, fantasma,
partilhada por estranhas entidades. Simultaneamente, e por esse processo, serve
também para passar a tocha artística à Susana
Resende, que além de ter criado a personagem Aurora Boreal (e com ela
fechado o livro), vai assinar a parte do próximo livro, a ela dedicado.
Porque
seria difícil à Susana, pintora de formação, fazer a coisa pela metade, como é
usual em colaborações de BD, a solução foi ela ilustrar a imagem por inteiro e
eu só enxertar ali, pela “magia” do Photoshop, a arte-final de Álvaro, feita à
parte. Interpretar o traço da Susana não foi fácil, apesar de inicialmente me
parecer que sim… Os desenhos dela têm tudo no sítio, mas escondem (à vista) uma
estrutura e metodologia muito próprias, e são de um traçado descontínuo e muito expressivo
que singra em particular no seu efeito global.
Podem
– e devem – ver neste link os trabalhos dela para esta ilustração.
One of the book’s most important ‘illos,
consolidating the graphic ploy of having different aesthetics for when the
scene if real or spectral, it shows Álvaro – the real one and astral other – in
a transfiguration to a parallel, ghostly, Lisbon, shared by strange entities.
Simultaneously, and through this process, it also serves to pass the artistic
torch to Susana Resende, who aside
having created the character Aurora Boreal (closing the book with her), will
draw the part of the next book, dedicated to her.
In this, because it’d be difficult for
Susana, a proficient painter, to do it halfway, as is more usual in comics’
collaborations, we solved it by having her do the entire image as a whole and then
me just plant there, through Photoshop “magic”, the inked Álvaro, done apart.
To interpret Susana’s pencils wasn’t easy, although initially it seemed it would…
Her drawings have everything just right, but hide (in plain sight) a very
unique structure and methodology, and are of descontinuous and very expressive lines
that succeed mainly in its whole.
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