22 junho 2022

CoBrA: Operação Goa – Reviews / Críticas (5)

I never get tired of thanking the critics, both professionals and beginners, for their comments and appreciations of CoBrA: Operation Goa, published precisely two months ago by Ala dos Livros. After having shared the first reactions in video and the first rounds of written reviews, in newspapers and comics websites and blogs, some more reviews of the graphic novel follow.

Carlos Rico, in Blogue de BD:

“Here is a graphic novel that was missing, as it narrates in relation to the History of Portugal in more recent times: the fall of Goa by the invasion of Indian forces, from December 17th to 19th, 1961. The Portuguese dictator António Salazar thus "wanted it so"!…
(...)
In this eurocomic, very accomplished, in addition to a slight fiction, figures from our History appear: in addition to the aforementioned dictator, the famous engineer Jorge Jardim, Baltazar Rebelo de Sousa (father of our current President of the Republic), General Vassalo and Silva, etc.”


Artur Coelho, in H-Alt:

It is a gap in our collective memory, perhaps symptomatic of the bad relationship we have with the memory of our colonial past. The story of the end of the State in India, the violent culmination of 450 years of colonization that itself had a violent beginning, is not a topic much discussed in our popular culture. (…) It is on these pivotal moments that this surprising book focuses [on].

Marco Calhorda takes the various stories of a historical moment that Portuguese cultural memory insists on pretending to forget. Weaves into a narrative of adventure, intrigue and historical fact, creating a compelling portrait of the era. Without touching too much on the end of State in India, since the focus is on backstage maneuvers and espionage games. (...) An excellent find, which is translated into a good addition to the editorial panorama of 2022.

The illustrations are done by Daniel Maia, who does a curious graphic work. It follows a pattern of realism with some expressiveness, in a striking black and white line that accompanies the story very well. Maybe it has something to do with the theme, but the visuals remind me of the graphic style of old British war comics,
Commando-style. I don't know if it's intentional or this is the author's style, I know it works, creating that text-image symbiosis that is fundamental in comics.

Through the espionage angle, this
Operation Goa brings back to memory a somewhat forgotten episode of 20th century Portuguese history. An excellent narrative work, well accompanied at a graphic level, one of the good proposals from the Portuguese comics scene for reading this year.”

In Intergalactic Robot:

I confess that a book by Portuguese comics creators that looks back to the days of the end of the empire in Goa strikes me as very curious.”

Readers' opinions:

A piece of our story that was yet to be told. An amazing story, very well told, with a breathtaking illustration. I suggest it to everyone that want to know a little more about our history.” -
Ana Ventura

“Pleasantly surprised. I don't normally read historical comics but I decided to take a chance and bought this book. The visuals are phenomenal and I especially liked the detail given to the backgrounds. The story is very good and it made me curious to know more about the invasion of Goa.” -
Miguel D.

“I liked it a lot, especially the sequences and visuals. The cover is perfect, with all the elements preparing for what awaits us inside; even the lettering on the vintage self-adhesive tape is impeccable. And the QR Code idea to access the original CIA documents is a good one. The drawings and narrative sequences, using angles and visuals with references to the 50s/60s are very natural, good and convincing. Some sequences are really good (p28, 29, 37…) and I wish there was more use of tones.

The only fixes are the lack of recognizable backdrops from the era. For example, in the interior scenes in Luanda, the typical Brazilian rosewood furniture is missing, the landscape paintings of the time… In the exteriors in India, it lacks the exoticism. In Lisbon, there is a lack of dating elements, such as ads from the time. The script, although the idea of the action being based on a real event is good, it seems to me to have a few weaknesses, such as, for example, in the characterization of characters who are not the main protagonists.” -
Carlos Manuel

Não me canso de agradecer aos críticos, profissionais e amadores, pelos seus comentários e apreciações a CoBrA: Operação Goa, publicado há precisamente dois meses pela Ala dos Livros. Após ter partilhado as primeiras reacções em vídeo e as primeiras rondas de críticas escritas, em jornais, sites e blogs da especialidade, seguem-se mais algumas resenhas ao álbum.

Carlos Rico, em Blogue de BD:

“Eis um álbum que faltava, pelo que narra em relação à História de Portugal nos tempos mais recentes: a queda de Goa por invasão das forças da Índia, de 17 a 19 de Dezembro de 1961. O caturro ditador português António Salazar assim "quis"!…
(...)
Neste álbum, muito conseguido, para além de uma ligeira ficção, aparecem vultos da nossa História: para além do já citado ditador, o famoso engenheiro Jorge Jardim, Baltazar Rebelo de Sousa (pai do nosso actual Presidente da República), o general Vassalo e Silva, etc.”


Artur Coelho, em H-Alt:

É uma lacuna na nossa memória colectiva, talvez sintomática da má relação que temos com a memória do nosso passado colonial. A história do fim do Estado da Índia, o culminar violento de 450 anos de uma colonização que em si teve também um início violento, não é tema muito abordado na nossa cultura popular. (…) É sobre esses momentos cruciais [em] que este surpreendente livro se foca. Baseia-se em factos reais, e olha para os acontecimentos imediatamente antes da invasão, durante, e depois.
Marco Calhorda pega nas várias histórias de um momento histórico que a memória cultural portuguesa teima em fingir esquecer. Entretece numa narrativa de aventura, intriga e facto histórico, criando um retrato convincente da época. Sem tocar muito no final do Estado da Índia, uma vez que o foco são as manobras de bastidores e os jogos de espionagem. (...) Excelente achado, que se traduziu numa boa adição ao panorama editorial de 2022.


A ilustração está a cabo de Daniel Maia, que faz um curioso trabalho gráfico. Segue um padrão de realismo com alguma expressividade, num traço marcante a preto e branco que acompanha muito bem a historia. Talvez tenha a ver com o tema, mas o grafismo faz-me recordar o estilo gráfico dos antigos comics de guerra britânicos, ao estilo de
Commando. Não sei se é intencional ou este é o estilo habitual do autor, sei que funciona, criando aquela simbiose texto-imagem que é fundamental na banda desenhada.

Através do ângulo da espionagem, este
Operação Goa faz regressar à memória um episódio algo esquecido da história portuguesa do século XX. Um excelente trabalho narrativo, bem acompanhado a nível gráfico, uma das boas propostas de leitura do panorama de banda desenhada portuguesa deste ano.”

Em Intergalatic Robot:

Confesso que um livro de criadores de BD portugueses que olha para os dias do fim do império em Goa me parece deveras curioso.“


Opiniões de leitores:

Um pedaço da nossa história que estava por contar. Uma história incrível, muito bem contada, com uma ilustração de tirar a respiração. Aconselho a todos os queiram saber um pouco mais da nossa história.” -
Ana Ventura

Agradavelmente surpreendido. Normalmente não leio BDs históricas mas decidi arriscar e comprei este livro. Os desenhos são fenomenais e gostei especialmente do detalhe dado aos cenários de fundo. A história é muito boa e despertou-me a curiosidade de saber mais acerca da invasão de Goa.” -
Miguel D.

Gostei muito, sobretudo das sequências e dos grafismos. A capa está perfeita, com todos os elementos a preparar para o que virá no interior; até o lettering da fita autocolante vintage está impecável. E a ideia do QR Code para aceder aos documentos originais da CIA é boa. Os desenhos e as sequências narrativas, usando planos e grafismos com referências aos anos 50/60 estão muito naturais, bons e convicentes. Algumas sequências estão mesmo muito boas (pág.28, 29, 37…) e gostava que houvesse mais uso de tramas.
Os únicos reparos são a falta de cenários reconhecíveis da época. Por exemplo, nas cenas interiores em Luanda, falta os típicos móveis de pau-santo, os quadros de paisagens da época… Nos exteriores na Índia, falta-lhe o exotismo. Em Lisboa, faltam elementos de datação, como anúncios da altura. O argumento, apesar da ideia da acção se basear num acontecimento real ser boa, parece-me ter algumas fragilidades, como, por exemplo, na caracterização de personagens que não sejam os principais protagonistas.” -
Carlos Manuel

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